Executiva nacional do partido analisa hoje se anula ou não a decisão do diretório regional de se aliar a Agnelo Queiroz na corrida ao Buriti
Ana Maria Campos
Publicação: 29/06/2010 07:46
Em convenção regional, o PPS decidiu ontem seguir na chapa encabeçada pelo petista Agnelo Queiroz. Um dos partidos mais próximos do ex-governador José Roberto Arruda em 2006, a legenda quer integrar a coligação do PT, PMDB, PSB, PDT, PCdoB, PRB e PRP como estratégia para tentar facilitar a reeleição do deputado federal Augusto Carvalho e emplacar mais distritais. A posição local, no entanto, pode não durar muito tempo. O presidente nacional do partido, Roberto Freire, discorda do apoio ao petista por significar uma ajuda à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Freire teme que o tempo de televisão do PPS no Distrito Federal seja usado por Dilma contra o tucano José Serra, o concorrente que a legenda apoia na disputa nacional. “Augusto Carvalho é uma das figuras mais importantes do PPS, mas o partido não é pura e simplesmente Augusto”, afirmou Freire. O caso será levado hoje à direção nacional e a expectativa é de que uma intervenção nacional anule a convenção regional. O comando local não deve se conformar com uma imposição da cúpula e deve acionar a Justiça numa briga que deve se estender pelos próximos dias. “O PT sempre foi nosso adversário. Apoiamos Lula em 2002 e consideramos que ele fraudou nossas expectativas. Por isso, tenho recebido muitas manifestações de estranheza no PPS sobre a possível aliança com o PT no Distrito Federal”, disse Freire.
O apoio do PPS ao PT dividiu a legenda de Augusto Carvalho. O deputado federal defende a coligação com petistas com a meta de obter o coeficiente eleitoral (cerca de 200 mil votos) necessário para voltar à Câmara dos Deputados. Ele acredita que, numa parceria com o DEM, que deverá lançar o deputado Alberto Fraga na corrida ao GDF, dificilmente conseguirá o número mínimo de votos exigido pela legislação eleitoral para se eleger, mesmo que tenha um bom desempenho na campanha. Nessa estratégia, Augusto se aliou ao grupo do deputado distrital Alírio Neto — que detém um terço dos votos da convenção. A ala ligada ao ex-presidente regional Fernando Antunes tentou construir uma via alternativa.
Liberdade
Augusto aposta que a direção nacional vai se conformar. Um dos pontos discutidos com Agnelo é a liberdade para que a militância do PPS faça campanha para Serra, sem conflitos com a corrida dos votos na disputa local. “O que está em jogo não é um embate entre Serra e Dilma e, sim, a derrota ao atraso e a um passado com métodos condenáveis. O melhor caminho para essa travessia é por meio de Agnelo”, aposta Augusto. E acrescenta: “Não acredito que não haja espaço no PPS para que um dirigente formule uma proposta que contenha essa violência (intervenção)”.
O presidente regional do PPS, Claúdio Abrantes, confirma a disposição de manter a coerência com a direção no que se refere à campanha nacional. “O tempo de televisão do PPS não será usado para Dilma. Vamos trabalhar pela eleição de Serra”, assegura. Agnelo e o candidato a vice, Tadeu Filippelli, estiveram ontem na convenção e fizeram discurso. “Essa não é apenas uma aliança eleitoral, é uma aliança política para governar o DF”, disse o petista.
O número
200 mil
Total aproximado de votos do coeficiente eleitoral, mínimo necessário para a eleição de um deputado federal
Agnelo, ao lado de lideranças do PPS-DF e outras legendas: "Aliança política para governar o DF" |
O apoio do PPS ao PT dividiu a legenda de Augusto Carvalho. O deputado federal defende a coligação com petistas com a meta de obter o coeficiente eleitoral (cerca de 200 mil votos) necessário para voltar à Câmara dos Deputados. Ele acredita que, numa parceria com o DEM, que deverá lançar o deputado Alberto Fraga na corrida ao GDF, dificilmente conseguirá o número mínimo de votos exigido pela legislação eleitoral para se eleger, mesmo que tenha um bom desempenho na campanha. Nessa estratégia, Augusto se aliou ao grupo do deputado distrital Alírio Neto — que detém um terço dos votos da convenção. A ala ligada ao ex-presidente regional Fernando Antunes tentou construir uma via alternativa.
Liberdade
Augusto aposta que a direção nacional vai se conformar. Um dos pontos discutidos com Agnelo é a liberdade para que a militância do PPS faça campanha para Serra, sem conflitos com a corrida dos votos na disputa local. “O que está em jogo não é um embate entre Serra e Dilma e, sim, a derrota ao atraso e a um passado com métodos condenáveis. O melhor caminho para essa travessia é por meio de Agnelo”, aposta Augusto. E acrescenta: “Não acredito que não haja espaço no PPS para que um dirigente formule uma proposta que contenha essa violência (intervenção)”.
O presidente regional do PPS, Claúdio Abrantes, confirma a disposição de manter a coerência com a direção no que se refere à campanha nacional. “O tempo de televisão do PPS não será usado para Dilma. Vamos trabalhar pela eleição de Serra”, assegura. Agnelo e o candidato a vice, Tadeu Filippelli, estiveram ontem na convenção e fizeram discurso. “Essa não é apenas uma aliança eleitoral, é uma aliança política para governar o DF”, disse o petista.
"O PT sempre foi nosso adversário. Apoiamos Lula em 2002 e consideramos que ele fraudou nossas expectativas. Por isso, tenho recebido muitas manifestações de estranheza no PPS sobre a possível aliança com o PT no Distrito Federal"
Roberto Freire, presidente nacional do PPS
Roberto Freire, presidente nacional do PPS
O número
200 mil
Total aproximado de votos do coeficiente eleitoral, mínimo necessário para a eleição de um deputado federal
FONTE: Correio Braziliense
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