O prefeito de Chopinzinho Vanderlei José Crestani (PSDB) apoiará Dilma Rousseff (PT) e Osmar Dias (PDT)
Foto: Thea Tavares/Divulgação
Roger Pereira
Direto de Curitiba
O prefeito de Chopinzinho, município de 20 mil habitantes no sudoeste do Paraná, Vanderlei José Crestani (PSDB), declarou que apoiará a chapa Dilma Rousseff (PT) e Osmar Dias (PDT) para a presidência da República e para o governo do Estado, respectivamente. Ex-coordenador da campanha de Dias em sua região, Crestani disse que manterá sua posição mesmo que seu partido, que tem candidatos à presidência (José Serra) e ao governo (Beto Richa) decida expulsá-lo.
"Eu vou apoiar o Osmar Dias mesmo correndo o risco de ser expulso. Paciência, eu tenho lado. Eu não vou em conveniência, tenho identidade política. Não troco de postura porque meu partido está melhor ou pior. Pago as consequências disso", disse o prefeito, que também declarou voto em Dilma, "pela gratidão por tudo o que o Governo Lula fez em favor do seu município".
O prefeito declarou ainda que está no PSDB porque o partido apoiaria Dias nestas eleições, conforme acordo que teria sido feito nas eleições municipais de 2008, quando o senador do PDT apoiou a reeleição de Beto Richa na prefeitura de Curitiba. "É bom lembrar que esta divergência acontece porque o meu partido não cumpriu o que prometeu. Quando me filiei ao partido, todos sabiam do meu posicionamento. O PSDB firmou palavra que estaria junto com o Osmar nesta eleição, mas resolveu ter candidato próprio. Descumprindo o seu compromisso", disse.
O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, minimizou a infidelidade do prefeito, dizendo que é uma situação isolada, que não necessita de uma ação especial. "O que ele deveria fazer é nos respeitar e pedir o afastamento do partido. Porque ele não pode usar o nosso partido para fazer chacota", disse.
A onda de infidelidade dos prefeitos tem dado trabalho aos dirigentes partidários nesta primeira eleição geral sob a regra da fidelidade partidária. No PMDB, 17 dos 136 prefeitos declararam apoio a Richa, mesmo seu partido estando na chapa de Dias com o vice (Rodrigo Rocha Loures) e um candidato ao Senado, Roberto Requião. "O partido vai agir de alguma forma. Mas eu já disse que essa será uma campanha em que vai haver uma overdose de traições. E de todos os lados", disse o presidente do partido, Waldyr Pugliesi, que atribuiu às rivalidades locais a dificuldade de fidelizar todos os filiados.
Já o PPS promete rigor contra os infiéis. O presidente em exercício do partido, Marcos Isfer, disse que os diretórios municipais serão destituídos caso seus dirigentes não respeitem a orientação da direção estadual. "Não vamos admitir apoios a candidatos de outra coligação. É a maneira que temos de fortalecer o PPS. O que vale é o interesse coletivo, não o individual. No PPS exigimos atitudes transparentes dos candidatos e filiados. É um alerta aos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores", ameaçou, apesar de nenhum prefeito do partido ter declarado publicamente apoio a candidatos de outra coligação.
Adversário do PSDB em seu município, Ponta Grossa (4º maior município do Estado), o deputado Marcelo Rangel (PPS), que tentou levar o partido para a coligação de Osmar Dias, diz que tanto ele quanto os prefeitos de sua região serão fiéis ao que o partido decidiu em convenção. "Lógico que não teve o desfecho que queríamos, mas o mais importante é fortalecer o PPS e garantir o projeto nacional. Somos fiéis ao PPS e vamos seguir a orientação. Acho que o recado foi para diretórios municipais que pensam em apoiar candidatos a deputado de outros partidos", comentou.
Suspenso
O primeiro partido a punir um ato de infidelidade no Paraná foi o PV. O partido decidiu suspender o vice-presidente municipal de Guarapuava, Celso Góes, que desistiu de disputar a eleição a deputado federal para apoiar a reeleição do deputado Cezar Silvestri. Góes alegou que sua candidatura poderia dividir os votos dos eleitores da região e deixar Guarapuava sem representante na Câmara. "Entendo que a maior contribuição que posso oferecer a Guarapuava neste momento é unir as minhas forças, a minha militância e o meu entusiasmo à candidatura para a reeleição do deputado federal Cezar Silvestri", justificou.
O partido não tolerou o ato de infidelidade e decidiu suspendê-lo, iniciando processo de expulsão da legenda. O ex-candidato tem 30 dias para apresentar sua defesa à Executiva Estadual, que decidirá se o expulsa ou não. "A direção do PV defende o respeito à fidelidade partidária. Candidatos que não cumprirem o que diz a legislação correm o risco de sofrerem punição, entre elas a suspensão da filiação e, em último caso, a expulsão do partido", diz nota emitida pelo partido.
FONTE: terra.com.br
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